Boqueirão,
cidade do interior paraibano, foi fundada por volta de 1664/65, por Antônio de Oliveira Lêdo, filho do Capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo e de sua primeira esposa, Isabel Paes, bandeirante, emigrante da Bahia, também Capitão, casado duas vezes, a primeira com Joana Batista Acióli, a segunda, com Emerenciana de Lucena.Ele foi também fazendeiro, possuidor de muito gado no sertão de Piranhas e no Cariri, e faleceu em 1751. Pai de cinco filhos, três do primeiro casamento e dois do segundo [1].A família Oliveira Lêdo teve um papel crucial e diferenciador nas entradas de gado no sertão paraibano.
Foram os Oliveira Lêdo os primeiros a se situarem no interior da Paraíba, a uma distância superior a 14 léguas de distância do mar.A priori, se fixaram onde, atualmente, está localizada a cidade de Boqueirão, então denominada Carnoió, terra dos ferozes índios cariris. A fazenda dos Oliveira Lêdo tornou-se, então, o centro irradiador da ocupação do Sertão.
O Arraial de fundação do município, pouco tempo depois, serviu como ponto referencial para aqueles que procuravam passagens para explorar os sertões da Paraíba.
O nome “Boqueirão”, que o Dicionário Aurélio define como 1. Bocarra; 2. Abertura em encosta marítima, rio ou canal, origina-se, justamente, de um grande corte que o rio Paraíba fez na serra de Cornoió. Desde o tempo de sua fundação, tornou-se célebre a famosa missa de Natal neste município, pelo fato de arrastar centenas de pessoas para essa liturgia; o que, provavelmente, justificaria, dada a proximidade em datas, a tradição da tão famosa Festa de Janeiro de Boqueirão. Todavia, sobre a origem desta festa, existem apenas conjecturas e algumas versões que não atestam tal relação.